quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Yazidis são enterrados vivos pelos extremistas do Estado Islâmico

Yazidis são enterrados vivos pelos extremistas do Estado Islâmico

Minoria religiosa iraquiana traumatizada pela violência.

Samo Ilyas Ali tem nove crianças para alimentar, mas não consegue concentrar-se no futuro, porque o som de mulheres e crianças a gritar por ajuda enquanto eram enterradas por combatentes do Estado Islâmico, no Norte do Iraque, por vezes consome-lhe completamente o espírito.
Ele faz parte das dezenas de milhares de refugiados yazidis, uma minoria religiosa pré-cristã que foi obrigada a fugir face ao avanço dos extremistas islâmicos, que os consideram adoradores do demónio. Estão traumatizados pela forma como foram tratados pelos radicais muçulmanos que os querem forçar a converter-se ao Islão.
Como quando há dez dias chegaram à aldeia de Ali, com metralhadoras em punho e barbas compridas, a meio da noite. Quando começaram a escavar covas, não entenderam o que estavam a fazer. "Mas então começaram a atirar pessoas para os buracos, e as pessoas estavam vivas", diz este merceeiro de 46 anos, que tem de parar para chorar. "Após uns momentos ouvimos tiros. Não consigo esquecer esta cena. Mulheres e crianças a pedir ajuda. Tivemos de fugir a correr, não podíamos fazer nada por elas."
Há testemunhos de cenas semelhantes em vários locais do Norte do Iraque. Massacres, raptos de mulheres – para se casarem com os militantes do Estado Islâmico, se aceitarem converter-se ao Islão. Não só de yadizis, mas também de xiitas, que estes combatentes (sunitas) consideram hereges.
Muitos yazidis desistiram do Iraque. Concentrados em campos de refugiados na região semi-autónoma do Curdistão, só pensam agora numa oportunidade para partirem para o mais longe possível do Iraque.

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